19 de jul. de 2016

Violet Jessop, a mulher que sobreviveu a três naufrágios, incluindo ao do Titanic

  • Violet Constance Jessop, moradora de Londres, Inglaterra, nasceu na região dos pampas, próximo a Bahia Blanca, na Argentina.

Primeira filha de emigrantes irlandeses, Willian e Katherine Jessop, ela ainda tinha cinco irmãos e irmãs mais novos. Quando ainda era criança acabou contraindo tuberculose, fazendo com que os médicos lhe dessem alguns meses de vida. No entanto, ela conseguiu sobreviver a doença – e a mais três eventos potencialmente catastróficos no futuro.

Quando seu pai morreu, e a mãe encontrou trabalho como comissária de bordo de um navio da companhia Royal Mail Line, Violet começou a frequentar uma escola e convento. Logo, quando a saúde de sua mãe se deteriorou, ela resolveu tomar posição de seu cargo, primeiramente na Royal Mail e depois na companhia White Star.   

Apesar de a princípio se recusar a trabalhar para a White Star, já que não gostava da ideia de navegar pelo Atlântico Norte devido as condições do tempo, ela tinha o perfil que a empresa procurava para uma comissária – olhos azuis, cabelos ruivos e sotaque irlandês. Trabalhando pela companhia 17 horas por dia, ela serviu a bordo do Olímpico, que entrou em colisão com o HMS Hawke, em 1911, antes de ingressar ao Titanic no ano seguinte. Convencida pelos amigos de que seria uma “experiência maravilhosa”, ela se juntou a tripulação do navio no ancoradouro em Southampton, em 10 de abril de 1912.


Em suas memórias ela contou que durante a viagem acabou fazendo amizade com Thomas Andrews, engenheiro naval britânico do Titanic e, segundo reivindicações, também com o violinista escocês Jock Hume. Ela escreveu que na viagem inaugural do navio trouxe uma cópia de uma oração hebraica que lia todas as noites em sua cama, juntamente com uma colega de quarto. Uma oração que, segundo ela, a protegeria contra o fogo e a água.

Descrevendo estar “confortavelmente sonolenta” em sua cama durante o momento da colisão com o iceberg, logo ordenou-se ao convés juntamente com outras comissárias, de onde observava as mulheres se agarrarem aos seus maridos antes de serem colocadas nos botes com os filhos. Algum tempo depois, ela também foi colocada em um, e um oficial ainda a chamou para cuidar de um bebê perdido, colocando-o sobre seu colo.

Após oito horas em alto-mar, a comissária e outros passageiros e funcionários, foram apanhados pelo navio Carpathia. “Eu ainda estava segurando o bebê contra meu colete salva-vidas quando uma mulher saltou em minha direção, agarrou e o levou. “Eu estava congelando de frio, mas achei estranho que ela não tivesse parado nem para dizer obrigado”.

Violet ainda serviu como enfermeira da Cruz Vermelha Britânica, durante a Primeira Guerra Mundial e esteve a bordo do Britannic, quando este afundou no Mar Egeu, em 1916. “Eu pulei na água, mas bati a cabeça na quilha do navio. Escapei, mas anos mais tarde descobri que tinha uma fratura no crânio”.

No final de seus trinta anos, ela teria arranjado um “breve e desastroso” casamento, com um marido que a identidade há muito intriga os pesquisadores e com quem não teve filhos. Assim, aos 63, retirou-se para uma cabana em Suffolk, na Inglaterra, onde preencheu sua casa com memórias de seus 42 anos no mar.

Em julho de 1958, ela foi entrevistada por um repórter da Woman Magazine, logo após o lançamento do filme Somente Deus por Testemunha (A Night to Remember), uma drama histórico cheio de romance, baseado na história real do Titanic. Segundo a história conta, Violet teria morrido em 1971, aos 84 anos de idade.

Fonte



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