25 de fev. de 2014

A Ilha de Lixo do Pacífico

  • Uma verdade chocante e que mete medo pelas possíveis consequências

Imagine toneladas de lixo flutuando no meio do oceano. Parece até fantástico, mas isso, assustadoramente, existe de fato. 

Poucos sabem da existência desse desastre, mas essa massa de lixo está localizada entre as ilhas do Havaí e a costa oeste dos Estados Unidos. Para entender o porquê disso, vamos esclarecer a dinâmica física que originou essa ilha.

Essa porção de lixo localiza-se em um giro oceânico, nesse caso, o giro do Pacífico. Um giro oceânico é um sistema de correntes marítimas rotativas, relacionado com o movimento das massas pelo Efeito Coriolis. No caso do giro do Pacífico, este é composto de 4 correntes oceânicas: a Corrente do Pacífico, a Corrente da Califórnia, a Corrente Equatorial Norte e a Corrente Kuroshio. À medida em que a Terra gira e as massas de ar se dissipam na superfície da Terra, estas correntes se movimentam em sentido horário, formando um giro contínuo.


Esse “lixão a mar aberto” foi descoberto pelo oceanógrafo Charles Moore durante uma competição de barco a vela em 1997. Vale ressaltar que o órgão norte-americano National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) já havia previsto a ocorrência desse fenômeno, mas ninguém havia presenciado as evidências. 

Moore vem dedicando anos de pesquisa nessa grande ilha de lixo. Dentre os constituintes de toda essa sujeira, destacam-se redes de pesca, brinquedos, sacolas plásticas, restos de naufrágios e variados tipos de plásticos. O pesquisador estima que até a descoberta, em 1997, a mancha já tinha 10 anos de existência. Imagine agora, quase 17 anos depois!

Essa sopa de entulhos e quinquilharias não aparece em imagens de satélites porque ela se comporta como um iceberg, ou seja, a mancha flutua rente à linha da superfície, onde a maior parte está submergida. Você deve se perguntar como isso tudo foi parar no oceano, mas apesar de óbvia a resposta é difícil acreditar que em pleno século XXI ainda sejam despejadas toneladas de lixo nos oceanos. São 80% provenientes de aterros e despejos realizados por países banhados pelo mar, 20% proveniente de embarcações marítimas e plataformas petrolíferas.

Toda essa bagunça que a civilização humana arrasta durante anos prejudica não só a qualidade de vida e a saúde das pessoas, mas atinge de maneira muito mais severa os animais e os recursos naturais. 

A poluição dos mares é assunto velho nas discussões, mas parece que ainda é difícil realizar ações para o controle. A concentração de lixo em um ecossistema marítimo causa danos à saúde dos habitantes, que confundem plástico com comida. Não obstante, objetos pontiagudos perfuram seus corpos e os fazem agonizar até a morte.

Para tentar contornar o problema, ideias e ações vêm sendo discutidas. Uma das propostas é a ilha artificial, que uma empresa holandesa quer fazer com todo o lixo coletado. Todo o plástico seria reciclado para montar uma ilha artificial de aproximadamente 10 mil km2 (equivalente a uma cidade como Manaus) e capacidade para 500 mil habitantes. O arquiteto Ramon Knoester explica que a princípio, tudo será feito com o lixo que será encontrado, levando o mínimo de coisas de outra origem para a ilha. A limpeza da área é outra opção, mas estas não são tão fáceis de realizar. A NOAA vem sendo contatada para unir esforços nessa ação. Inicialmente, os esforços têm se concentrado nas regiões de costa, onde a NOAA e seus parceiros têm removido lixo marinho do arquipélago havaiano por mais de uma década. 









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