8 de fev. de 2014

10 casos de gêmeos siameses que marcaram a história

Esse é o tipo de assunto que me chama a atenção, já pesquisei muito, já li bastante, mas sempre ficam perguntas e geralmente de cunho íntimo. Enfim, que não pensa sobre o assunto? Mas, nessa postagem você vai conhecer os 10 casos mais famosos que se tem conhecimento.

Gêmeos siameses, o nome popular para os gêmeos xipófagos, ocorrem quando um óvulo que começou a se dividir em gêmeos idênticos para no meio do processo (ou, como diz a teoria alternativa, dois embriões que acabam se fundindo). Este capricho da natureza pode unir duas pessoas pelos mais diferentes lugares – desde o tórax até as nádegas – tornando a vida, no mínimo, difícil.

Na maioria das histórias retratadas abaixo, a falta de tecnologia médica tornou impossível a separação cirúrgica, mesmo nos casos em que os gêmeos não compartilhavam os órgãos internos. Entretanto, mesmo hoje em dia, algumas famílias optam por não submeterem seus filhos a tal procedimento, com medo dos riscos inerentes ao processo.

Apenas um a cada quatro par de gêmeos siameses sobrevive. No entanto, quando observamos tempos em que as pessoas eram menos escrupulosas sobre o que constitui o entretenimento do público, aqueles que sobreviviam podiam se tornar celebridades num piscar de olhos. Como provavelmente tinham poucas opções para ganhar dinheiro, muitos gêmeos siameses se tornaram atrações de circo, transformando suas vidas em uma exibição pública.


10. Abigail e Brittany Hensel

Antes de começarmos a falar sobre os casos históricos, vamos apresentar alguns mais recentes. O primeiro deles é a história de duas jovens do estado norte-americano de Minnesota. Mesmo tendo nascido em 1990 com duas cabeças, mas um só corpo, Abigail e Brittany Hensel não passaram por nenhuma intervenção cirúrgica.

Vários órgãos das meninas permaneceram duplicados durante o desenvolvimento embrionário, entre eles o coração, o estômago e coluna vertebral. Porém, cada uma das irmãs opera um dos braços e uma das pernas (Abby o lado direito e Brittany o esquerdo), e possuem somente um intestino e um sistema reprodutivo. Abby também é 10 centímetros mais alta que a irmã, andando na ponta do pé para manter o equilíbrio.


Como a maioria das pessoas com 23 anos, as garotas gostam de viajar nas férias, dirigir, sair com os amigos, praticar esportes e viver a vida ao máximo. Além disso, estão prestes a ingressar no mercado de trabalho como professoras primárias, após terem se formado na Universidade Bethel.

Com personalidades distintas e gostos diferentes, desde o entretenimento até o estilo de se vestir, elas precisaram encontrar um meio termo para viver confortavelmente. Mesmo assim, para mostrar como levam uma vida normal, elas decidiram participar do documentário da BBC “Abby and Brittany: Joined for Life” (“Abby e Brittany: Juntas para a vida toda”), que foi ao ar em abril de 2013. Antes disso, já haviam participado de documentários quando estavam na adolescência e estrelaram até mesmo um reality show, “Abby & Brittany”, que foi ao ar entre agosto e outubro de 2012.

9. Lori e Reba Schappell

Nascidas em 1961 como Lori e Dori Schappell, as meninas, unidas pela cabeça, acabaram indo parar em uma instituição para pessoas com deficiência intelectual após um juiz ter decidido que seus pais não tinham condições de criá-las. Ainda que não sofressem de nenhuma doença mental, Dori (que, detestando o fato de seu nome rimar com o da irmã, passou a se chamar Reba) sofria de espinha bífida, o que prejudicou o crescimento da parte inferior de seu corpo e lhe causou problemas de locomoção. Aos 24 anos, ela teve seu diagnóstico revertido e as irmãs puderam ir para a faculdade.



Além de ter desenvolvido uma cadeira de rodas adequada para sua condição específica, Reba Schappell também construiu uma carreira na música country. Durante as apresentações, Lori auxilia segurando o microfone, mas faz questão de ficar “quieta e invisível” no palco. Ela trabalha em uma lavanderia e ajusta seus horários aos shows.

Com personalidades totalmente diferentes, elas vivem em um apartamento de dois quartos, mantendo cada uma o seu espaço privado. Porém, as diferenças não param aí: em 2007, Reba mudou de nome novamente, dessa vez para Reba. Ele decidiu admitir abertamente que vinha sofrendo desde a infância com um transtorno de identidade de gênero e que se identifica como homem. Lori e Reba são os mais velhos gêmeos xipófagos unidos pelo crânio vivos atualmente.

8. Krista e Tatiana Hogan

A pequenas Krista e Tatiana Hogan, nascidas em 2006, no Canadá, são mais um caso impressionante de gêmeos craniópagos – unidas pelo cérebro – que não podem ser separadas cirurgicamente. Baseados em estatísticas, os médicos estimaram que as meninas tinham apenas 20% de chances de sobrevivência. Porém, como já registraram dois documentários, elas estão vivas e levando a vida que crianças da idade delas levam: brincam, reclamam na hora de dormir, correm de um lado para o outro, etc.



Não bastasse terem superado números tão negativos, as irmãs impressionam por mais um motivo. Seus sistemas nervosos são altamente conectados. Quando alguém faz cócegas em uma delas, a outra pula; quando uma recebe chupeta, a outra também para de chorar. O mais surpreendente, porém, é que elas compartilham pensamentos.

No segundo documentário feito sobre elas e exibido em 2010, foi mostrado que o tálamo cerebral de uma consegue se comunicar com o da outra, com uma espécie de “ponte” entre os dois. Na prática, isso significa que um cérebro recebe sinais do outro e vice-versa. A produção da rede canadense CBC ainda relatou que testes realizados com as garotinhas comprovaram que sinais do córtex visual eram recebidos nos dois cérebros. A condição inédita faria com que uma irmã pudesse enxergar o que a outra está vendo e também pode significar que elas dividem uma consciência – e, mesmo assim, mantêm a sua individualidade e têm gostos diferentes.

7. Liou Seng-Sen e Liou Tang-Sen

Liou Seng-Sen e Liou Tang-Sen nasceram em Nanjing, na China, em 1886. Eles são xifópagos, ou seja, se unem entre o umbigo e o esterno. Ainda que parecesse bastante sólida, a ligação entre eles era, na verdade, bastante flexível, permitindo que ficassem lado-a-lado, bem como em frente ao outro.

A partir dos 6 anos de idade, eles já estavam preparados para uma vida no show business, viajando de feira em feira na China. Mais tarde, expandiram suas apresentações também para a Coréia, Japão, Índia, Austrália e Europa.

Em 1902, os gêmeos viajaram para os Estados Unidos para se juntar ao famoso circo de Barnum – mas não antes de serem retratados como “coreanos” para contornar a proibição da imigração chinesa e o sentimento antichinês que existia. 

Ao contrário de muitos outros gêmeos siameses, Liou Seng-Sen e Liou Tang-Sen se aposentaram do show business ainda jovens, retornando para Nanjing aos 19 anos, onde ambos se casaram e tiveram filhos. 

No entanto, com as suas fortunas diminuindo cada vez mais, os irmãos foram obrigados a fazer um breve retorno aos 63 anos de idade.

Em 1957, um dos gêmeos desenvolveu uma bronquite que debilitou muito a sua saúde. Em uma operação revolucionária realizada em Pequim, os irmãos foram separados. 

O doente não resistiu, enquanto o outro sobreviveu. Tendo vivido até os 71 anos de idade juntos, eles se tornaram os gêmeos siameses mais velhos já registrados até então.

6. Rosa e Josefa Blazek

Rosa e Josefa Blazek nasceram em 20 de janeiro de 1878, onde hoje é a República Tcheca. Unidas da nona vértebra para baixo, quando nasceram, seus pais, os supersticiosos Sr. e Sra. Blazek, seguiram a instrução de uma curandeira local, não permitindo que se alimentassem ou bebessem água por oito dias. 

Quando as gêmeas sobreviveram – miraculosamente, dado este tratamento bárbaro – os pais e aqueles à sua volta pareceram ter entendido isso como a vontade de Deus.

Logo, os Blazek começaram a exibir as meninas ao público, gerando dinheiro no processo. Foi assim que, de um ano de idade em diante, as gêmeas foram expostas em feiras do todo o país. Aos 4 anos, começaram a aprender a tocar violino, potencializando seu poder de atrair multidões. 

Conforme a sua fama crescia, uma espécie de empresário chegou a ser contratado para organizar as suas agendas de forma que suas performances fossem aproveitadas ao máximo. Em 1893, elas ainda foram para os Estados Unidos para se apresentar em Nova York.

Antes de sua viagem aos EUA, em 16 de abril de 1910, Rosa, a mais extrovertida delas e com 32 anos de idade na época, causou uma grande comoção quando deu à luz um menino. Levando em consideração a condição física das gêmeas, a sua fama e o fato de Rosa não ser casada, tentaram convencer que a sua gravidez era, na verdade, apendicite. Os médicos acabaram alimentando ainda mais a mídia sensacionalista com seu silêncio a respeito do caso.

Os jornais ficaram incontroláveis, fazendo várias matérias sobre os encontros sexuais e a pouca moral de Rosa, além da cobertura do parto, em si. O menino recém-nascido foi chamado de Franz, em homenagem a seu suposto pai, que teria morrido lutando no exército austríaco em 1917 – embora não antes de ter supostamente casado com a mãe de seu bebê.

Em 1921, as gêmeas se mudaram para Chicago. No entanto, o seu “sonho americano” foi interrompido quando Rosa pegou uma forte gripe. Para piorar, quando Rosa se recuperou, Josefa também adoeceu e entrou em coma em 25 de março de 1922.

Enquanto aconteciam discussões sobre a possibilidade de separar as gêmeas, elas morreram cinco dias depois da piora de Josefa. Uma radiografia realizada na autópsia mostrou que a operação não teria sido possível porque as espinhas das irmãs eram muito intrinsecamente fundidas.

5. Simplicio e Lucio Godina

A dificuldade da decisão de separar ou não gêmeos siameses é mostrada também no caso dos irmãos Samar – assim batizados por causa da ilha onde nasceram -, Simplicio e Lucio Godina. 

Nascidos em 1908, esses filipinos foram para os Estados Unidos, onde se tornaram atrações de circo em parques de diversão como a famosa Coney Island.

Em 1928, eles se casaram com irmãs gêmeas idênticas (mas não siamesas), Natividad e Victorina Matos, em Manila.

Quanto à sua condição, de acordo com Louis R. Sullivan, do Museu Americano de História Natural, que os examinou brevemente em julho de 1918, os corpos dos irmãos Godina eram “inteiramente distintos, exceto por uma junção da nádega direita de um com a nádega esquerda do outro”. 

Em termos médicos, eles eram pigópagos – os corpos são unidos no sacro, logo acima do cóccix -, caso muito raramente visto em gêmeos siameses masculinos, já que a maioria morre antes ou durante o nascimento.

Ainda que a conexão física dos gêmeos Godina fosse bastante flexível, permitindo que um ficasse em pé enquanto o outro deitava, era um quadro clínico crítico por compartilharem o intestino grosso e o ânus.

Quando Lucio morreu de febre reumática ou pneumonia em 1936, uma cirurgia foi realizada para separar os gêmeos. Foi uma operação arriscada. Simplicio ainda teve de passar por outra cirurgia mais tarde, para que seu cólon fosse reconstruído.

Depois de passar 28 anos unido a outra pessoa, Simplicio experimentou a sensação de estar fisicamente livre. Porém, a nova experiência durou poucos dias. Ele morreu menos de duas semanas depois, de meningite.

4. Giacomo e Giovanni Tocci

Os irmãos Tocci eram gêmeos siameses dicefálicos, ou seja, tinham um corpo com duas cabeças. Muitas vezes foram chamados de “O menino de duas cabeças”, com estranhos se referindo a eles como apenas uma pessoa, ao invés de duas com personalidades distintas.

Os gêmeos eram conectados da sexta costela para baixo, de modo que cada um tinha um par de braços, mas apenas duas pernas. Eles também tinham corações, pulmões e estômagos separados, mas a genitália era uma só. Como os de muitos outros gêmeos siameses, os pais de Tocci perceberam as vantagens comerciais potenciais de seus meninos, preparando-os para uma vida no show business e os exibindo quando tinham somente um mês de vida.

Embora se saiba que os gêmeos Tocci nasceram em Locana, na Itália, em 4 de outubro, não se conhece ao certo o ano de seu nascimento – especula-se que tenha sido algum momento entre 1875 e 1878. Ao contrário dos outros gêmeos aqui descritos, os Toccis nunca aprenderam a andar, usando todos os seis membros para se locomover ou então fazendo o uso de uma cadeira de rodas. Foi sugerido que esta falta de mobilidade surgiu porque os irmãos estavam muito ocupados com o seu cronograma agitado de shows, já que outros gêmeos siameses que compartilhavam duas pernas eram capazes de andar, como as Hensel.

Curiosamente, os meninos tinham temperamentos muito diferentes. Giovanni era brilhante, tagarela e altamente artístico e Giacomo, exatamente o oposto.

Grande parte do resto da vida dos gêmeos Tocci está envolta em mistério. O que sabemos é que depois de vaivém de cidade em cidade quando ainda eram crianças, eles viajaram para os Estados Unidos na década de 1880. Lá, o escritor e humorista Mark Twain viu um de seus shows, o que inspirou o grande homem das letras a escrever o conto “Aqueles gêmeos extraordinários”.

Eles voltaram para a Itália na década de 1890 e não apenas se aposentaram do show business, mas também desapareceram completamente da vista do público. Não é claro se eles nunca se casaram, como algumas fontes afirmam, e até mesmo a data de sua morte – mais uma vez, especula-se que o ano tenha sido 1912.

3. Millie e Christine McKoy

Millie e Christine McKoy nasceram unidas na base da coluna em 11 de julho de 1851, as oitava e nona filhas de Monimia e Jacob McKay, escravos de um ferreiro na pequena cidade de Welches Creek, na Carolina do Norte, EUA. 

Com apenas 10 meses de idade, elas foram vendidas juntamente com a sua mãe para um showman, que por sua vez as vendeu para outros dois homens, procurando ganhar um dinheiro rápido. Parece ter sido nessa época que seu sobrenome foi mudado para McKoy.

Ainda muito jovens, as gêmeas foram sequestradas em uma exposição em Nova Orleans por outro agente de show business, que as exibiu por um ano, inclusive no Museu Americano de Barnum. 

Vendidas novamente em 1855, desta vez para um professor, elas acabaram no Canadá, e depois na Europa, onde o ex-proprietário Joseph Smith as reuniu com sua mãe e as trouxe de volta para os Estados Unidos. Joseph Smith e sua esposa educaram as gêmeas McKoy, com foco em música e idiomas. As meninas tinha um dom para cantar e logo aprenderam a falar quatro ou cinco línguas diferentes.

Ainda que, em certa medida, as irmãs tenham tido uma carreira bem sucedida em museus e circos, não podemos esquecer que elas foram exploradas desde muito novas – e, como escravas, mais ainda do que os outros gêmeos siameses listados aqui. 

Na verdade, acredita-se que elas tenham sido espancadas, estupradas e forçadas a trabalhar quando estavam exaustas. Foi sugerido que elas tenham sofrido com o assédio sexual mesmo durante os numerosos “exames médicos” que tinham de suportar.

Finalmente livres após a Proclamação de Emancipação, as irmãs McKoy se aposentaram do show business na década de 1880 e voltaram para sua cidade natal na Carolina do Norte, onde compraram uma pequena fazenda. No entanto, depois de um incêndio que enfraqueceu a sua saúde, a vida das gêmeas sucumbiu a uma tuberculose, contraída por Millie, e elas morreram juntas em 8 de outubro de 1912. Viveram até os 61 anos de idade, as mais velhas gêmeas siamesas até aquela data.

2. Daisy e Violet Hilton

Daisy e Violet Hilton nasceram em 5 de fevereiro de 1908 em Brighton, na Inglaterra. A mãe, jovem e solteira, deve ter ficado bastante espantada ao dar à luz não apenas à gêmeas, mas à pigópagas. Evidentemente não percebendo o potencial financeiro do que teriam sido as primeiras gêmeas siamesas nascidas na Grã-Bretanha a sobreviver mais do que algumas semanas, a mãe as doou para sua parteira, Mary Hilton, quando elas tinham menos de um mês de idade.

Na época, cartões postais das gêmeas Hilton tomaram todo o país, em um furor que deve ter sido o sonho de qualquer marqueteiro. Vestidas com roupas idênticas, uma irmã tocava violino enquanto a outra acompanhava ao piano. Aos 3 anos de idade, elas já se apresentavam e o texto do cartão dizia: “Se você tiver interessado, por favor diga aos seus amigos para nos visitar”.

Reconhecendo a sua promessa comercial, Mary Hilton começou a expor as gêmeas logo depois que as adquiriu, levando-as em turnê pela Alemanha, Austrália e Estados Unidos. Curiosamente, elas chegaram a ser exibidas ao lado de Rosa e Josefa Blazek, possivelmente a primeira vez que duas duplas de gêmeas siamesas se apresentaram juntas. As irmãs Hilton logo ganharam bastante fama e geraram uma fortuna através de seu trabalho. Quando Mary Hilton morreu, ela “deixou” Daisy e Violet para sua filha, Edith, e o marido desta, Myer Myers.

Os Myers mudaram-se para os Estados Unidos com as irmãs Hilton, usando o dinheiro das gêmeas para construir uma casa de luxo em San Antonio, no estado do Texas. Com seu show de canto e dança, elas foram um sucesso instantâneo e percorram o país ao longo dos anos 1920, reunindo em seu círculo social celebridades da época, como o multitalentoso Bob Hope e o ilusionista Harry Houdini.

Eventualmente, as gêmeas Hilton encontraram um advogado que simpatizou com o seu caso, Martin J. Arnold. Em 1931, ele as ajudou a processar os Myers, que precisaram pagar US$ 100 mil em danos.

Aparentemente predestinadas a uma vida no cinema, as gêmeas estrelaram o filme “Monstros”, em 1932, que especulava sobre a vida amorosa de gêmeos siameses. Em 1950, protagonizaram “Chained for Life”, no qual viviam as cantoras Dorothy e Vivian Hamilton, vagamente autobiográfico. Muito ousado para a época, o sucesso do filme forçou as gêmeas, agora no final de suas economias, a procurar outros meios de ganhar a vida.

Depois de serem abandonadas por um agente inescrupuloso ao tentar um retorno ao show business, Daisy e Violet acabaram trabalhando em um supermercado, em Charlotte, na Carolina do Norte. Em 6 de janeiro de 1969, foram encontradas mortas em seu trailer, após terem sucumbido a um surto de gripe de Hong Kong.

1. Chang e Eng Bunker

Chang e Eng Bunker ocupam o topo de nossa lista porque eles são, provavelmente, os mais famosos entre todos os gêmeos siameses. Na verdade, foi por causa deles que a expressão “gêmeos siameses” foi cunhada. 

Eles nasceram em 11 de maio de 1811, em Samutsongkram, uma província do que hoje é a Tailândia, mas que era conhecida na época como Siam. Tamanho foi o reconhecimento dos irmãos e de sua condição, que logo o termo “siameses” foi aplicado a todos os gêmeos unidos por alguma parte do corpo.

Gêmeos xifópagos, Chang e Eng eram unidos apenas por uma pequena parte da cartilagem ao redor do esterno inferior (no peito), e partilhavam um fígado, porém não outros órgãos. Ainda que sejam frequentemente mostrados em pé, lado a lado, os gêmeos conseguiram alcançar isso só depois de muito treino, esticando gradualmente seu tecido conectivo.

Não se sabe muito sobre os primeiros anos de vida deles, se foram exibidos por seus pais ou simplesmente viveram uma vida bastante normal em sua comunidade ribeirinha rural. Entretanto, é de conhecimento geral que, ao alcançar os 18 anos, as suas vidas mudaram drasticamente.

De acordo com uma fonte, Chang e Eng foram “descobertos” enquanto nadavam, em 1824, por um associado do agente de show business norte-americano Abel Coffin, que reconheceu o seu potencial comercial. Segundo outra fonte, o comerciante britânico Robert Hunter foi quem fez a descoberta, em 1829, e pagou a família dos gêmeos para exibi-los para o mundo em geral. Seja qual for o caso, eles embarcaram em uma turnê mundial, viajando com o famoso Circo de Barnum.

Eventualmente, depois que seu contrato havia expirado, os então chamados Gêmeos Siameses criaram o seu próprio negócio, estabelecendo-se nos Estados Unidos – mais especificamente em Wilkesboro, na Carolina do Norte. Eles adotaram o sobrenome Bunker, compraram uma fazenda e escravos, e se casaram com duas irmãs, Adelaide Yates e Sarah Anne Yates (supostamente sob ameaças de moradores que se opuseram ao namoro). Chang teve 10 filhos, Eng 11 ou 12, e hoje seus descendentes seriam mais de 1.500, entre eles pares de gêmeos não siameses.

Os gêmeos Bunker morreram em 17 de janeiro de 1874, depois de Chang contrair pneumonia e morrer durante o sono. Mesmo que uma cirurgia pudesse ter sido o suficiente para finalmente separar os gêmeos, algumas fontes afirmam que Eng recusou a operação e morreu poucas horas depois. O fígado compartilhado dos irmãos Bunker pode ser visto até hoje no Museu Mutter, na Filadélfia.

Apesar das dificuldades físicas evidentes que todos esses gêmeos suportaram, as histórias retratadas acima são muitas vezes chocantes por seu aspecto psicológico: elas mostram como era fácil que siameses tivessem que sucumbir a indivíduos sem escrúpulos que queriam explorar sua condição, além de serem constantemente referidos como apenas uma pessoa, apesar de ter personalidades bastante distintas. Alguns, felizmente, foram capazes de levar uma vida relativamente normal apesar disso.





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5 comentários:

Mauro Malkavian disse...

Muito boa a matéria. Obrigado por postar.

Anônimo disse...

as gêmeas Abby e Brit fizeram cirurgia, sim, para remover um terceiro braço

Anônimo disse...

MUITO boa matéria mesmo! Parabéns!!

Anônimo disse...

otimma materia, alguns nao conhecia

Aidil disse...

Bastante interessante a matéria.

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