11 de out. de 2013

Martha Mason, a mulher que passou mais de 6O anos imobilizada em um pulmão de aço

  • Uma história de vida que emociona no fundo da alma

Uma da histórias mais incríveis que publiquei nesse blog, essa mulher é inspiração para qualquer pessoa.Conheça a história de Martha Mason, uma classe de ser humano extraordinária que passou mais de 60 anos de sua vida imobilizada em um pulmão de aço depois de ficar paralisada na infância por causa da pólio.

Apesar de sua situação aparentemente desesperadora, Martha viveu uma vida plena: se formou no ensino médio e superior, com as mais altas honras, ciceroneou muitos jantares e encontros e até mesmo escreveu um livro chamado "Breath: Life in the Rhythm of an Iron Lung" ("Respiração : A vida no ritmo de um pulmão de aço", no qual retrata os desafios e as alegrias de sua vida.

Martha nasceu em 31 de maio de 1937, em Lattimore, uma pequenino povoado do estado norte-americano da Carolina do Norte. Sua história já se mostrou trágica quando ela tinha apenas 11 anos de idade, após a morte de seu irmão Gaston, que sofria de uma terrível doença que o deixou paralisado antes de finalmente matá-lo. Depois de seu enterro, a jovem Martha percebeu que ela também havia contraído a perigosa doença viral, mas não contou para ninguém, para não angustiar ainda mais seus pais:


- "Eu sabia que tinha poliomielite. Eu não queria que ninguém soubesse", ela escreveu em seu livro. - "Um dia antes de ter ouvido minha Mãe conversando com um amigo sobre o pulmão de aço que Gaston ficou antes de morrer. Eu sabia que não teria essa dificuldade porque eu tinha excelentes pulmões". Mas logo ela também se encontrava imobilizada no pulmão de aço, dependente dele para fazer a respiração para ela.

"Pulmão de aço" é apenas um termo coloquial utilizado para descrever um ventilador de pressão negativa, um tipo de dispositivo médico que permite a uma pessoa respirar em caso de paralisia dos músculos da respiração ou quando o esforço necessário para a respiração excede a capacidade dessa pessoa. O aparelho funciona pela variação da pressão do ar no interior de um grande tanque. Dona Martha viveu quase toda sua vida em tal tanque com a pressão contraindo e expandindo seus pulmões quando seus músculos fracos já não podiam.

Na época, os médicos aconselharam os pais da pequena Martha a levá-la para casa e fazê-la feliz por um ano mais ou menos, o tempo que diagnosticaram que teria de sobrevida. Ela sobreviveu a ambos graças a uma ávida curiosidade e vontade de aprender sobre o mundo.

Mas, o pulmão de aço não foi empecilho para que Martha aproveitasse a vida e aprendesse o máximo que pudesse. Com a ajuda de sua mãe, Euphra Mason, e seus colegas de escola, ela conseguiu terminar como a melhor aluna de sua classe no ensino médio. Ela então passou a estudar em uma faculdade, onde recebeu o grau de bacharel em Língua Inglesa.

Ela, então, voltou para casa para trabalhar como redatora para o jornal local, função que desempenhava ditando as palavras para a mãe. Isso foi assim até que sua Euphra ficou muito ocupada ajudando seu pai inválido após sofrer um ataque cardíaco. Anos mais tarde, em 1977, ele faleceu.

Apenas décadas mais tarde, em meados dos anos 90, a Dona Martha foi capaz de escrever de novo com a utilização de um computador por voz ligado à Internet. Ela logo começou a trabalhar em seu livro de memórias dedicado à sua mãe amorosa.

No final dos anos 80, após uma série de derrames, sua pobre mãe estava tão velhinha que acabou experimentando episódios de demência e senilidade e, tadinha, sem saber o que estava fazendo, xingava mais do que marinheiro bêbado e, ocasionalmente, batia na filha. Apesar de opiniões contrárias, Dona Martha insistiu que sua mãe devia ficar em casa. Dali de dentro de seu pulmão de aço assumiu o comando, planejando as refeições, pagando as contas e organizando os cuidados de sua mãe. Ela conseguiu contratar acompanhantes que logo se tornaram parte de sua família.

Após a morte da mãe, em 1998, a Dona Martha começou a trabalhar em seu livro a sério. Lá, em sua casa de infância, com um microfone na boca, ela escreveu sua história de vida frase por frase na sua característica voz suave meio caipira.

Embora, obviamente, limitada por seu pulmão de aço, Dona Martha viveu uma vida plena entre as pessoas que a amavam. Seus pais e amigos sempre promoveram brincadeiras, jantares e encontros do clube do livro em sua casa para que ela pudesse ter a vida o mais normal possível. Em 2009, a Dona Martha faleceu aos 71 anos depois de ter passado 60 anos dentro do pulmão de aço, mais do qualquer um jamais viveu neste estado.

- "Estou feliz com quem eu sou, de onde eu sou", disse a Dona Mason ao jornal local, em 2003. - "Eu não teria escolhido esta vida, com certeza. Mas dado que fui escolhida, eu provavelmente tive a melhor situação que qualquer um poderia pedir".

Pese a que o pulmão de aço tenha sido praticamente substituído por outros meios de ventilação de pressão positiva, intubação ou ventilação bifásica e outros meios modernos de ventilação, que inclusive foram apresentados a ela ao longo dos anos, Dona Martha já havia passado tantos anos naquele tanque que sentiu-se a vontade em continuar dentro do frio companheiro de toda uma vida.





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