4 de out. de 2012

Pais devastados guardam corpo do filho no freezer por seis anos


  • Uma história de perda que faz a gente refletir

Esta é uma dessas histórias raras que é, ao mesmo tempo, tanto assustadora, quanto dolorosa. Tian Xueming, um carpinteiro de 60 anos da vila Huangling, província de Chongqing na China, perdeu os dois filhos no período de dez anos e decidiu guardar os restos de seu filho em um freezer dentro de casa por seis anos, só para que pudesse ver e falar com ele sempre que a perda batesse mais forte em seu peito e se tornasse muito difícil de lidar.
Veja sua história:


Tian Xueming casou-se em 1979 e levou sua esposa para viver em uma casa modesta feita de barro. Na época, eles estavam vivendo com seis outros parentes, de modo a proporcionar melhores condições de vida para sua família. Tian foi, então, trabalhar na cidade e, graças as suas habilidades de carpintaria e ética de trabalho irretocável, o estilo de vida da família melhorou gradualmente.

Em 1982 eles tiveram uma filha, e em 1987, sua esposa Yang Hongying deu a luz a um lindo menino. A fim de passar mais tempo com sua família, Tian decidiu abandonar seu emprego e voltar para a sua aldeia natal. Ele conseguiu construir uma casa de três andares para a sua família, a mais luxuosa de Huangling, e, ele descreve esses dias como o mais felizes de sua vida inteira. Mas, a felicidade recém-descoberta não durou muito tempo...

Num dia de sol escaldante perdeu sua filha, Yingying, com apenas 15 anos de idade. Ela foi à cidade comprar alguns legumes, mas, meia hora depois de voltar, ficou pálida e cansada. Ainda assim, disse aos pais para não se preocuparem. Uma hora depois, encontraram-na desmaiada no quintal, mal respirando. Quando o médico chegou, já era tarde demais para Yingying e, até hoje, Tian se culpa por ter cuidado o suficiente da garota.

Quando o tempo começava a curar as feridas deixadas por esta terrível perda, um desastre aconteceu novamente. 9 anos depois da morte de Yingying, seu filho, Qinyuan, foi diagnosticado com leucemia em fase terminal. Ele havia acabado de ir para a universidade em 2005, e Tian Xueming se lembra que teria dado tudo para pagar sua mensalidade e vê-lo ter sucesso na vida, só que a vida conspirou novamente. Em março de 2006, recebeu um telefonema e foi informado que seu filho tinha tido uma febre de quase um mês. Não entendeu a gravidade da situação no início, mas logo ele e sua esposa estavam ao lado da cama Qinyuan no hospital, rezando para que de alguma forma sobrevivesse milagrosamente. O jovem morreu em julho de 2006, com 18 anos.

A perda de Qinyuan rasgou o mundo de Tian que não sabia o que fazer para lidar com a dor insuportável. Assim decidiu esconder as circunstâncias da morte do filho para de alguma forma mantê-lo por perto.

- "Eu disse a sua mãe que não devíamos enterrá-lo, mas sim mantê-lo ao nosso lado. Ela concordou", disse Xueming à mídia chinesa e naquela noite esvaziou o freezer e colocou o corpo do filho dentro. Eles mantiveram o lugar do enterro do filho em segredo por seis anos, período durante o qual puxavam as cadeiras para perto do freezer, levantavam a tampa e falavam com ele como se nunca tivesse partido. Tian disse que ele e sua esposa sabem que não era a coisa mais normal a fazer, mas era a única maneira de lidar com sua dor.

Agora seus parentes e vizinhos pressionam Tian para enterrar o corpo de Qinyuan, mas ele simplesmente não consegue fazê-lo.

- "Eu sei que eu estou errado. Minha decisão resultou em uma má influência na vida dos meus vizinhos também, mas eu perdi meus dois filhos! Ninguém jamais poderia entender o meu sofrimento", disse Tian Xueming enquanto olhava para o freezer no canto de sua casa.

- "Só assim eu posso ver meu filho sempre que eu sinto falta dele", conclui





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